Fui para Idanha a medo e saí de lá com vontade de voltar.
Apesar das minhas ideias preconcebidas fui recebida pelos utentes e pela equipa de braços abertos, sem hesitação. Aprendi mais nesses 4 dias do que no semestre anterior, aprendi a sair da minha zona de conforto, que quando menos esperamos a nossa vida pode mudar radicalmente e, acima de tudo, que devemos viver a vida ao máximo, para termos histórias para contar aos meninos que, 50 anos depois, nos vêm fazer companhia.
Pequenos gestos podem fazer uma grande diferença e foi exatamente o que aconteceu comigo. Esta foi uma experiência pela qual estou eternamente grata e que me marcará para sempre.
Bia Dinis
————————————————————–
Quando me inscrevi para viver esta experiência não tinha noção do quão impactante seria. Ao passar por esta casa, fui desafiado a sair um pouco da minha zona de conforto, lidar e cuidar de pessoas “diferentes” daquelas com que convivo no dia a dia mas, que na verdade valem tanto ou mais que muitas. Foram com toda a certeza 4 dias enriquecedores a vários níveis, o ato de trazer a nossa força, energia e boa disposição àqueles em fragilidade e por vezes em desconforto, chegar a uma sala e ver caras contentes por nos verem e dizerem que sentiram a nossa falta desde o momento em que que fomos embora no dia anterior, deixa-me grato. Gratidão, é como descreveria o que senti em Idanha. Desde ajudar no serviço das refeições, a atividades como jogos, desenhos ou uma simples conversa, várias que tive repletas de sentimento e histórias de diferentes vidas que se unem neste local, sou grato por ter contribuído para animar o dia dos utentes que interagi em ambas as unidades que frequentei durante os serviços ou em outras situações que acrescentaram me muito. A Casa de Saúde de Idanha é acima de tudo um lugar onde o Amor, a Fé e a Esperança combinam-se na vontade e procura por ajudar o próximo a levantar-se e a aproximar-se e por isso, sou grato.
Bruno Prudêncio
————————————————————–
Eu fui para Idanha a pensar que ia fazer voluntariado e que ía ajudar as pessoas que lá
estavam, mas agora percebo que não somos só nós que os ajudamos a eles, eles também nos ajudam
muito; houve uma rapariga que nos disse que nós recebemos mais do que aquilo que damos, e eu não podia estar mais de acordo com isso. Lá temos a oportunidade de conviver com uma realidade que é diferente da nossa e à qual nós não estamos habituados, e como a Irmã nos disse, estas pessoas não são a sua doença, e por isso tem de ser tratadas com dignidade e respeito como qualquer outra pessoa, porque apesar de serem pessoas que estão doentes e que são mais diferentes de nós, isso não faz delas menos pessoas, não as devemos subestimar e muito menos desvalorizar, há lá pessoas muito cultas e que já viveram muito, e que já ultrapassaram muitas dificuldades.
Tivemos também tempo de reflexão que foi importante para pararmos e pensarmos naquilo que podíamos levar desta experiência e naquilo que tínhamos de mudar.
Acho que todas as pessoas deviam ter uma experiência destas, porque é realmente enriquecedora e
importante na formação do nosso caráter e combate também a discriminação que existe para com pessoas que têm problemas mentais.
Catarina
————————————————————–
No começo, confesso que fiquei um pouco nervosa, pois não sabia como seria o ambiente e como as pessoas me receberiam. Mas logo senti-me acolhida por todos. Recebi mais do que aquilo que dei e vi de perto a força e a superação de pessoas que enfrentam doenças e dificuldades com um sorriso no rosto. Aprendi a dar valor às pequenas coisas, a ser mais paciente, compreensiva e a amar o próximo. Se tens vontade de fazer trabalho voluntário, não percas tempo. Tem paciência, sê flexível e tem disposição para aprender.
Sofia
————————————————————–
Ali tive a oportunidade de trabalhar na unidade 15, que acolhe pessoas com problemas mentais. Desde o momento em que entrei, senti-me acolhida e confortável, o que foi muito importante para mim. A interação com as senhoras foi extremamente enriquecedora. Realizamos várias atividades, como fazer desenhos e fazer pulseiras, e durante a experiência pude ouvir testemunhos de outras voluntárias, que me ajudaram a entender melhor a missão desta organização. O que mais me marcou foi a simpatia e a bondade das senhoras, que sempre me receberam de braços abertos. Vi, assim, como até as pequenas ações podem ter um grande impacto na vida das utentes, e isso foi profundamente transformador para mim. Foi uma experiência única, e sinto-me grata por ter contribuído, ainda que de forma simples, para o bem-estar dos utentes.
Ana Dyrda
————————————————————–
Foi uma experiência enriquecedora pois consegui ter contacto com uma realidade que não me era familiar. Como pessoa fez-me ver que pessoas com patologias não são “deficientes”, mas sim, pessoas que sofrem com uma deficiência. Nesta experiência consegui me conectar com a minha parte religiosa que estava mais distante.
Sara Ricardo
————————————————————–
A experiência de visitar a Casa de Saúde de Idanha marcou-me bastante pela positiva, seja pela atenção e os cuidados aos utentes, seja pela convivência com estes, cada um com uma história diferente e interessante e claro com o seu humor único que me fez rir tantas vezes a mim e aos meus colegas. Por isso aconselho a outras pessoas a irem e visitarem este lar para tantas pessoas incríveis.
Denis Silva
————————————————————–
Foi uma experiência que me marcou, desde o primeiro dia em que chegamos e pisamos o chão daquela Casa. Uma realidade que muitos não tentam compreender, preferindo ignora-la. As pessoas doentes que encontrei nesta casa eram apenas pessoas que precisavam de alguém para falar ou apenas alguém para as ouvir, pessoas que sofreram na vida e que agora estão limitadas, seja, a nível físico ou psicológico. Estas pessoas incríveis ensinaram-me a olhar com outros olhos para o mundo, a aproveitar a vida e, sobretudo, a valorizar as pessoas. Gostei de todas as atividades que fiz…desde as refeições em grupo/com os utentes, até às diversas atividades que realizamos com eles e sem eles. Fizemos uma atividade com senhoras de uma residência da Casa, que me tocou especialmente! A atividade consistia em fazermos postais sobre o “Dia Mundial do Doente” para serem entregues a outros doentes, e à medida que íamos fazendo os postais, elas iam-nos contando como elas se sentiam, tanto no bom, como no mau sentido. E assim, percebi que o mundo é cruel com estas pessoas, e que o mais pequeno gesto, pode mudar o dia delas… Saí da Idanha, um rapaz diferente daquele que entrou, um rapaz com uma mentalidade diferente e com memórias feliz para partilhar aos amigos e família.
Obrigado Idanha!! ❤
Tomás Morgado
————————————————————–
Guardo, cuidadosamente, no coração, cada momento que passei e cada oportunidade que tive, para poder amar, cuidar e servir o próximo. Tendo eu já realizado algum voluntariado, tanto na minha região, bem como internacionalmente, queria, em peso, mencionar que este voluntariado, foi sem sombra de dúvidas, o que mais mexeu comigo e me apertou o coração, tal como que ajudou a crescer, tornando-me mais maduro. Obrigado à unidade 12 por me fazer descer à terra e ver que mesmo em momentos difíceis da vida, tudo é possível, desde que haja vontade para tal, batalhando sempre com todas as forças que tenhamos, para que o dia seguinte seja mais bonito e promissor. Levo comigo daqui para a frente, a frase que mais me tocou nesta jornada – “Uma pessoa vale mais que o mundo inteiro”, dado que o manancial da Hospitalidade é o Amor, o arrebatamento da simplicidade e a missão do Bom Samaritano, que quer mostrar o amor de Deus em realizações humanas que fazem o bem curando e assistindo os doentes e os mais necessitados. O abecedário é insuficiente para agradecer tudo o que experienciei. Como não estou dotado de uma veia poética, tenho de ficar por um: Muito obrigado por tudo.
José Gomes
————————————————————–
Foi uma experiencia que mudou muito a minha visão sobre as pessoas com este tipo de condições, pois nem todos estão lúcidos, tem o apoio da Família ou conseguem fazer atividades autonomamente, dependem muito da ajuda de outros para comer, ir a casa de banho, entre outras atividades da vida diária que podem ser fáceis para nós, mas que para eles são um pouco desafiadoras. Eu sei que o intuito desta atividade não é sobre Deus, mas eu senti uma conexão maior ao ajudar o próximo sem esperar nada em troca. Esta experiência enriqueceu-me como pessoa e conectou-me mais com Deus, fez-me também pensar no que esta pessoas passam, e também aprendi que pequenos gestos, tem grandes mudanças na vida das pessoas.
Leonor Pedro